sexta-feira, 29 de novembro de 2013

a vida é madrasta

Cresci a ouvir a minha mãe a dizer isto. Ela sabia do que falava, e dizia-o como se fosse um presságio, como se nos estivesse a preparar para este tipo de traições que a vida nos faz a todos, e perante as quais, ficando sem chão, nos sobra apenas um vazio enorme, e o silêncio. 
Hoje, como tantas vezes desde há um ano, tomei o pequeno almoço em casa dos meus pais, sem olhar o outro lado da margem. A memória traiu-me, e recordei aquela tarde de Natal que fizemos juntos, há 4 anos talvez, em que eu estava mesmo triste, e ele brincando com as cerejas que eu levara para o nosso lanche, me fez, a mim e a todos, rir e esquecer. Memória, não sei que quero lembrar, ou se quero esquecer.
Sim, a vida é mesmo madrasta mãe, mas apesar do pré-aviso não custa menos. E as pessoas não são todas iguais, há pessoas que são melhores que as outras, há as que fazem falta a mais gente, e que por isso custam mais a perder.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

porque quem corre é mais feliz: obrigada!

Faz agora um ano que comecei a correr.
Já tinha corrido antes, claro, já tinha tentado instituir este hábito a mim própria, sem nunca passar dos 2,5 km, mas foi há um ano que a corrida entrou na minha vida. Soube-o na altura, e é um conforto ainda hoje, saber que veio para ficar. 
Corro porque sim, porque gosto, e embora seja bem maior o meu gosto pela corrida, do que aquilo que eu, efectivamente, consigo correr, vale a pena. Se corresse tanto quanto gosto, seria um foguetinho.
Gosto do desafio que cria em mim, cá dentro, gosto daquele momento perto dos 5km em que já não sinto os músculos, só prazer. Gosto de ser privilegiada e correr  no abraço do rio Douro à praia, gosto quando é de manhã e está frio, e tudo em mim me diz que devia ter ficado a dormir, mas ainda assim me levanto, porque sei que vai valer a pena, gosto quando é ao fim da tarde e há a brisa do mar a brindar-nos, ou quando há por-do-sol a seduzir-nos. Gosto, e gosto mesmo muito. 
Correr não é um exercício de fuga, é até um exercício de encontro, porque quando corremos, mesmo que seja em grupo, corremos sozinhos. Cá dentro da nossa cabeça somos só nós, a vontade de correr, e a de chegar. E por isso correr é até encontrar-mo-nos cá dentro, porque na corrida a nossa cabeça leva-nos, tão ou mais longe, do que as nossas pernas, e isso fideliza-nos. Isso, e a liberdade. 
Se quem corre é mais feliz, quem corre é também livre. Só precisamos de vontade, porque corremos com chuva, sol, frio ou calor, de dia ou à noite, no asfalto ou em terra batida. Acho que quem gosta de correr, e se realiza na corrida, são também aqueles para quem o perfume da liberdade faz sentido. 
Gosto de correr com música, porque assim quando todo o meu corpo me berra a dizer que não aguenta mais, eu faço ouvidos de mercador, e continuo.
Gosto muito, mesmo, de correr no meu grupo, a RCHP. Correr em grupo é um compromisso, de que vou correr naqueles dias e naquelas horas, e portanto arranjo tempo para a aula, mas também é o compromisso de terminar o objectivo da aula, porque vemos os outros à nossa frente, e não queremos ficar mal, queremos superar-nos. Corro há um ano naquela aula e ainda hoje não sei o nome de muitos, mesmo muitos, dos meus colegas, e isso não me incomoda. Na verdade até gosto, porque naquela hora não interessa quem são, o nome, a idade, ou que fazem, nada, interessa que estamos ali todos por escolha, pelo mesmo gosto.  Isto une-nos, cria um espírito de equipa delicioso, surpreendente, e sem preço. 
Não poderia celebrar aqui o meu primeiro ano de enamoramento com a corrida, sem agradecer aquelas pessoas que têm responsabilidade clara nisso, logo: 
  • A., amiga e colega de trabalho, porque a tua determinação e velocidade, sempre foram e, serão sempre, uma inspiração;
  • HV., amigo e colega de trabalho, porque a tua conquista por uma vida saudável é um exemplo, e uma garantia de que somos capazes;
  • L. e RD., colegas e parceiros na equipa, porque quando comecei a ir às aulas vocês acolheram-me carinhosamente, fizeram-me acreditar, e com isso fizeram com que sentisse que o meu lugar também podia ser ali. Ainda agora olho para o L. e penso quando for grande quero ser como ele. RD. sentimos todos a tua falta!;
  • I., porque fomos ficando parceiras, quase sem nos apercebermos, e hoje em dia somos um bom desafio uma para a outra;
  • Às cenouras, que me incutem ritmo, e a todos os colegas do pelotão da frente porque inspiram, e os que correm atrás de mim, porque me fazem sentir acompanhada.
Em particular, e em especial, ao PS porque a ele devo todo o gosto que tenho pelo treino, o prazer que tiro dele, e a pouca disciplina com que o faço. Foi ele quem me chamou para a aula de corrida, vez após vez, sem esmorecer na motivação com que o fazia, nem no sorriso, mesmo quando eu me recusava a experimentar, e ainda brincava com ele. Porque ele sempre acreditou, mesmo quando eu não acreditava, e ainda hoje é o único que consegue despertar em mim a vontade de querer mais, mais quilómetros, mais velocidade, etc.. Pese embora, às vezes, seja mesmo só para o calar, porque a hipóxia já não me permite ouvi-lo mais!! Há um sentido de compromisso em mim, plantado por ele enquanto foi meu pt, e que perdura, e todos os benefícios (além do prazer) de que eu possa tirar proveito para a minha vida futura, fazem valer o investimento que ele foi. A alegria que retiro da corrida vou devê-la sempre a ele, porque só fui à primeira aula para lhe mostrar que não era capaz, e acabei por adorar.
Não sei se há um, antes e depois, na minha vida desde que comecei a correr, mas  posso garantir-vos que quem corre é mais feliz, e isso vale tudo!
fui ali ser feliz :) querem maior cliché?!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

amor desde menina: Parabéns!

O Mickey faz anos hoje, não é maravilhoso?
Gosto dele desde menina, e à medida que fui crescendo, este gostar teimou em mudar, e só soube crescer comigo. Não sei explicar porque é que ele é tão especial para mim, se é o vermelho e o amarelo, se é de ele ser um dos poucos ratos fofinhos, se é por ser engraçado e travesso, se é porque sempre teve e Minnie na vida dele. Não sei. Mas não é a primeira vez que vos falo dele aqui!!!
Eu cresci, mas cá em casa as coisas não mudaram muito, ainda há Mickeys por todo o lado. Começa na chave do carro, na chave da porta, nos quadros da cozinha, dos imans do frigorífico que são vários, da torradeira, das caixas, das meias e pijamas, e até camisolas!
Hoje, que é o dia dele, sinto que lhe devo uma homenagem, porque ele fez a minha infância mais feliz, e por isso, obrigado!!

domingo, 17 de novembro de 2013

and pause...: movie time!

Esta ausência do blog tem um culpado, o tempo! 
Entre o trabalho e os trabalhos, o gym, o sono leva a a melhor de mim. Nestes dias, o truque, foi fazer pause, e deixar-me levar depois do play, e em três takes, de movie time. Vamos lá!

TAKE I: Last days on Mars


Eu devia ter dito que não, devia, mas não disse! Não foi pela inferioridade numérica, muito menos a de género, mas a mistura de ficção científica e naves espaciais, regadas por sangue e um final que fica em suspenso, deixaram marcas na minha memória. Eu tive medo, e não foi bom, vão por mim, não vai valer a pena!

TAKE II: Monsters University


A Disney não desilude: obrigada! Uns monstros mais feinhos que outros, mas uma boa história, sem sustos, com tudo a que a animação tem direito, e nós também! Vale a pena ver e não esquecer que não há nada que nos impeça de chegar onde é o nosso lugar. Sonhar vale a pena, só é mesmo preciso acreditar.

TAKE III: O Mordomo


Há filmes que nos fazem render, que nos fazem pensar como é que isto foi possível?, e há filmes nos fazem lembrar a magia do cinema. Decidi-me pelo Mordomo, só porque o Rodrigo Leão do meu coração é o responsável pela banda sonora que nos faz render, mas o filme superou-me. 
Podemos falar do elenco, e dos cenários, da caracterização de época, em tudo, desde o guarda roupa, às casas, mas este é um filme que não permite que esqueçamos as atrocidades que os homens já fizeram, uns contra os outros, só porque alguns de nós são brancos e outros negros. Há imagens reais que passam no filme, e relatos de acontecimentos verídicos que me parecem irreais. Irreal pode ser bom, porque estamos já tão distantes daquela mentalidade racista, mas por outro lado, o irreal é também perigoso, porque nos deixa quase esquecer do quanto os Homens sabem ser macabros, uns para os outros, uns contra os outros. 
Vale a pena por tudo, mas no fim, não esperem ficar indiferentes, vai fazer mexer tudo aí dentro.E por isso, mas não só, valeu mesmo a pena!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Parabéns continentais!!

olho para aqui e consigo ouvir-te a rir***
Tudo o que possa dizer, ou acrescentar, sobre ti é sempre pouco. Eu tenho a sorte de te partilhar com a mana, e de te termos nas nossas vidas. Todos os outros têm a sorte de te conhecer, e serem brindados com o teu sorriso. Nunca passei o teu aniversário afastada de ti, este é o primeiro ano, mas mesmo assim, sinto-te aqui bem pertinho de mim. Parabéns, pelo aniversário, pela mulher e pela mãe que sabes ser, todos os dias!
P.S: quantos anos fazes?****

domingo, 3 de novembro de 2013

Family Race


Domingo, 7h da manhã, eu já estou equipada para correr, embora ainda não acordada, e só penso que realmente cheguei ao limite da sanidade mental, 7h!?
Primeiro é preciso desculpar-me com os meus colegas pelos meus grunhidos matinais, porque quando cheguei ainda não tinha acordado por completo, e não, o meu acordar não é nada bem disposto. Desculpem...
Segundo, tenho que agradecer ao professor, que me deu o pão dele para eu comer, já que não tinha pão em casa (sim, sou uma fada do lar deste nível...), e a própria padaria da minha rua, e que é um Mimo, também achou que 7h era demasiado cedo para abrir, obrigada PS.
A prova? Adoro a organização da RunPorto, mas admito que prefiro percursos circulares e não de ida-e-volta, mas isso, eu sei, são cismas minhas. Foi uma prova feita com esforço, muito, muito, mesmo, porque isto de eu me inscrever, e depois não ter cabeçinha para me preparar como deve ser, faz com que os 16km sejam mais penosos do que na realidade são, ou precisavam ser. O que vale é que alegria de ter cumprido, supera em muito o esforço. Tivemos vários abastecimentos de água, o que para mim é importante, mas no fim achei que me faltava qualquer coisinha para comer, uma frutinha? Afinal sempre foram 16km. O tempo? O meu querido Garmin, do qual já vos falei aqui diz que fiz 1h37min, mas o que importa é ter cortado a meta, isso sim.
O sol esteve connosco, e foi bonzinho, marcou presença mas não aqueceu muito o ambiente, e já está. 
Para o ano, há mais? Para o ano vou ver bem a agenda antes, está prometido D.