quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

em modo séries: porque a vingança é um prato que se serve frio

Revenge
Gosto de ver esta série pelos motivos mais cor de rosa que possam imaginar. Desenrola-se em NY city e nos Hamptons. Ah!, os Hamptons, o paraíso de luxo e sofisticação à beira-mar plantado!
Adoro as casas, adoro os passeios dos actores na praia sempre embrulhados num básico casaquinho de caxemira. Adoro o guarda roupa que não desilude. E claro, tem um guião liricamente bem escrito.
Gosto da voz meiga dela, do sarcasmo gélido naquelas carinhas de bonecas de porcelana, dos homens de carácter (?) forte, do som do mar que está sempre lá, e claro, o branco.
Espero que no final, a Emily descubra que a resposta está no amor, que o ódio gera ódio, e só nos faz perder totalmente do caminho da paz. E ela merece paz.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

como dar os parabéns ao homem da minha vida?

Não é isto um cliché, e a maior verdade? Todas temos o homem da nossa vida, aquele que não muda nunca, e está sempre lá, perfeitamente imperfeito: o pai!
Hoje é o aniversário do meu pai, e estou segura em escrever sobre ele aqui porque sei que ele não lê o blogue, e até que alguém, que não eu, lhe fale sobre este post, muitos e longos dias passarão, mas nem por isso, ou por isso mesmo, perco a vontade de o fazer. 
O meu pai não existe! Aliás a frase certa é dita em uníssono (rouco/roufenho, como preferirem!) por mim e pela minha irmã. Por muitos anos que passem, ele, o senhor meu pai, continua a surpreender-nos. Mas não procurem, não vale a pena, a forma em que foi feito partiu-se, é exemplar único, sem réplica portanto, e é nosso!
O meu pai é, antes de qualquer coisa um Rochinha, e toda a minha extensa família Rocha compreende o que quero dizer com este adjectivo. É impossível falar no meu pai e não falar na sua extraordinária capacidade de trabalho. O trabalho é para ele quase tudo, e se não fossemos nós a por-lhe um travão, às vezes era mesmo tudo. O difícil para ele é não estar a trabalhar, e o difícil para nós, às vezes, é aturá-lo quando não está, porque fica mesmo irritado. Já ouvimos cá em casa duas grandes promessas relativas à reforma dele, mas continuamos à espera... 
Dormir? É um perda de tempo e de vida, só se dorme o mínimo necessário, porque o trabalho é que dá saúde, não é a cama (consigo ouvi-lo na minha cabeça a dizer-me isto!). A personalidade dele? Difícil, mesmo muito. O meu pai gostava de ter sido um tirano cá em casa, mas teve duas filhas iguais a ele, logo, não foi possível. 
É exigente, mas muito claro, eu a minha irmã crescemos a saber bem quais eram as regras do jogo. À medida que fomos crescendo, aquilo que podia parecer duro na vida fora de casa, não era nada quando comparado com as batalhas dentro de casa. Tivemos sempre tudo o que quisemos, mas sempre pagamos o preço por isso. O meu pai ensinou-nos bem o preço das coisas, mesmo das mais pequenas, como ir ao cinema, ir às festas da escola, de férias com os amigos, tudo. Até conseguíamos ir, mas tínhamos que fazer muito bem o nosso trabalho (estudar), e argumentar muito, até ao infinito, num longo braço de ferro, onde se corresse bem, nós ganhávamos. Ganhámos quase sempre, somos rochinhas! 
Se há uma coisa que o meu pai vai deixar marcada na nossa maneira de ser é a lição de que não devemos desistir do que queremos, o sabermos bem o que queremos, e estarmos dispostas a lutar por isso. Isto não tem preço, e tem feito toda a diferença na minha vida, e na da minha irmã então, um impacto notável. O facto de ele ser um machista fez com que se preocupasse muito em educar duas mulheres a serem independentes.
Íntegro, não com i maiúsculo, mas em maiúsculas. Lembro-me de um dia, depois de jantar ter dito ao meu pai para ele não se esquecer de me deixar na manhã seguinte 5 escudos para uma chicla, que eu tinha ficado a dever na papelaria da rua. Bem, a cara dele, aqueles olhos pequeninos abriram muito (o maior sinal de perigo!) e disse-me para ir naquele momento a casa da dona da papelaria pagar a chicla, porque na vida só  era digno ficar a dever aos outros coisas de que se precisasse mesmo muito, como uma casa, um carro, se dependermos dele para trabalhar, ou comida. E lá fui eu bater à porta da senhora, encolhida na minha vergonha, mas marcada na minha memória. 
Palavras? É um homem de poucas palavras, quantas menos melhor, mas os seus pequenos olhos de azeitona dizem o resto. Porém, é um homem de grandes gestos, é o homem que há 37 anos saiu de casa dos pais, fugiu literalmente como nas histórias, para casar com a minha mãe. Não foi ninguém da família do meu pai ao casamento, e quase não tiveram festa, mas como ele me disse uma vez, os casamentos não se fazem de festas e vestidos, constroem-se de amor, e projectos em comum. Quem diria, para um pequeno tirano, uma contradição tão saborosa?
Duro, como todos os rochas, o meu pai foi melhorando como homem, à medida que nós fomos nascendo e crescendo. Há um lado dele que é da total responsabilidade da minha mãe, a ternura, que lhe custa muito mostrar, mas que é sempre adubado por nós, e onde a minha adorada M. não se cansa de brincar. O meu pai é uma pessoa melhor desde que é avô, uma pessoa maior, mais segura na demonstração dos afectos, e por isso também hoje está de parabéns, porque ele conseguiu que a idade o aproximasse do amor, e cada vez com menos medo. 
Por isso, e por mil outras histórias que guardo cá dentro, parabéns pai, por seres o homem das nossas vidas, por nos fazeres querer sempre mais e melhor, mas sempre, sempre, sempre, pelo caminho certo. 


p.s: obrigada ao M.L. por ter permitido que este dia fosse do teu lado***

movie time: 12 anos escravo

Um murro no estômago. 
Uma pausa no tempo.
Um arrepio frio, gélido, que interrompe a ligeireza com que se escolhe um filme à Sexta-feira à noite.
Na verdade, o titulo não engana ninguém, foi apenas mais uma escolha minha, sem calcular o impacto. 
E podia resumir-se aqui a (ultrajante) história de um homem livre que é enganado, raptado, a quem privam de tudo, família e liberdade, e o condenam ao estatuto de objecto, por infernais 12 anos, podia, porque a história é mesmo esta. Mas o que mais me marcou foi o poder das memórias felizes que o permitiram sobreviver, que nos permitem a todos, arrisco eu a afirmar, de como a inteligência é uma arma, ou um obstáculo, dependendo se nos deparamos com pessoas medíocres que se sentem, e bem, ameaçadas por ela. 
O que é que o fez resistir? A esperança, a capacidade de trabalho, a solidariedade para com os pares, o saber calar, mas ainda acreditar. Não sei, se o que me fez chorar a mim naquela hora, e custar a adormecer mais tarde, se foram as duras cenas de violência, se foi saber que há uma verdade nesta história, se foi quando ele conseguiu voltar a ter, clandestinamente, papel e caneta, e escrever, ou se foi quando ele perdeu o que o definia como pessoa, a sua música. 
Um filme que recomendo, apesar de duro, porque não nos deixa indiferentes, mexe tudo cá dentro, como só um bom filme sabe fazer.No fim do filme, quando sentimos e sabemos que há um pouco do filme que fica connosco, que vamos recordar, sabemos que foi um bom filme, não apesar das lágrimas, mas por elas.

p.s: tenho que dizer que os cenários, a caracterização soberba de todas as atrozes cicatrizes, e o desempenho dos actores ainda agora, que fecho os olhos e recordo, me arrepiam a pele.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

na mesinha de cabeçeira

Não estavam a estranhar a ausência?  A A. estava, eu sei que sim, ela denunciou-me a sua curiosidade! E aqui está o motivo, um livro de crónicas! O que eu mais gosto num livro é a HISTÓRIA, e as crónicas para mim sabem, desculpem-me a comparação, a bitoquinha e não a beijo. Vamos todos ser sinceros, as crónicas sabem a pouco, e portanto deixam poucas saudades. Quem é que guarda na memória uma bitoquinha à pressa ao invés de um beijo com bê grande? Bom, eu não, desculpem-me o paralelismo. Gosto muito do MEC, de visão que ele tem sobre as coisas, mesmo as mais pequenas e prosaicas da vida, gosto de como é crítico e apaixonado, mas soube-me sempre a pouco. 
Obrigado P. por me emprestares o livro, mas eu gosto mesmo é que me contem histórias, daquelas em que me perco, por quem me perco.

p.s: vou demorar novamente a voltar porque, 
pior que escolher um livro de crónicas, 
só mesmo escolher dois, um depois do outro..

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

domingo, 9 de fevereiro de 2014

quem corre por gosto põe o pé na lama

Quem me conhece dirá, quem diria? Mas aconteceu, e eu bem que gostei. Fez-me lembrar quando era miúda e passava as férias escolares na aldeia da minha mãe, com o doce do meu primo M. Só a velocidade é diferente. sou mais lenta agora.
Foi uma prova dura, digo eu, muitas subidas íngremes e longas, várias descidas com corda, e lama, muita lama. Tombos? Um, uffa, foi devagarinho. 
O meu querido Garmin disse-me que foram 14,3km, contra os 13km anunciados, não gosto que não me digam a verdade! Mas a prova estava bem organizada, os abastecimentos eram gostosinhos, e no final os bolos caseiros e os gomos de laranja souberam mesmo bem, só faltou um chazinho para combater o frio.
A questão é, vou voltar a por o pé na lama? Sim, mas com cuidado, é que agora, ao contrario de quando era miúda, cair mete medo! Cansa as pernas, mas enche os olhos, o desafio compensa o frio!!!!
No final, o resultado foi este: 


p.s:obrigado M pelas sapatilhas**

cá em casa toca assim


   

Desculpem a minha ausência, tenho sentido falta de vir aqui. Hoje, que é Domingo, e eu cheguei a casa à hora a que todos acordam, contrariada, porque não gosto mesmo nada de trabalhar ao sábado à noite, chovia sem para lá fora, e eu fui dormir. Fui dormir quando todos se estavam a levantar, e cá em casa o play ficou em loop nesta cover, que é, quanto a mim, deliciosa. Espero que gostem, e vos inspire, como a mim, a ir contra o vento. Bom Domingo!