sábado, 19 de abril de 2014

sábado, 19 de abril de 2014

andorinha, o amor é liberdade...


Ainda agora foste e já não aguento mais a tua ausência.
Sim, eu sei, são saudades.
É querer que não cresças sem que eu possa assistir.
É querer ouvir-te perguntar sem parar "o que tás a fager, o que tás a fager ?", em bébês açoriano, uma língua só tua, e na qual és extraordinariamente fluente..
É querer levar-te à piscina e ao parque, e ouvir-te dizer "nês a mafaldinha qué colinho".
É sentar-me contigo e dizer "a nês explica" e ouvir "não pecisa nês, a mafaldinha conxegue".
São saudades de te ver atirar para o chão em birra, seguida de fúria, perante a minha indiferença.
É o teu pequeno grande abraço que transforma o mais cinzento dos dias em primavera.
Mas a tua ausência transforma os dias num tempo maior e mais penoso que a soma deles mesmos, porque quando te pergunto " até onde é que a madrinha gosta de ti?" tu ris-te a dizer "até ao xéu", e eu peço  "não te esqueces?" e tu dizes sempre, a rir, como só nós que te amamos sabemos que ris, "não maiinha".
É por isso.

1 comentário: