quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ano novo, desejos antigos

Este ano, e este mês, passaram a voar por mim, e por aqui. Aconteceram um sem número de pequenas coisas que sinto que não tive tempo de interiorizar, muito mesmos de postar. 
Acho que foi sobretudo um ano de superação das pequenas adversidades do dia a dia, e um ano de reencontros. Mas devo admitir que foi um ano que sinto que termina, sem que o tenha feito cumprir. O que me leva a pensar seriamente no ano que está já ali do outro lado da porta, mesmo antes de conseguir decidir o que vestir para o receber. É ridículo, aceito isso sem custo, mas gosto sempre de pensar numa roupa especial, ou melhor ainda, uma bem simples que me faça sentir especial, para marcar um momento que se pretende que seja simbólico e feliz, ao qual possamos voltar durante os próximos 12 meses, para nos encontrarmos. Sei bem que não estou sozinha neste sentimento.
Ano 2016, contigo pretendo ser mais disciplinada, mais focada e de mais acção. Em concreto, e agora podem rir-se comigo: quero perder o medo da balança, quero cumprir todos os treinos, quero mesmo beber menos café, e comer menos doces, quero um saco de supermercado gradualmente com menos embalagens, quero voltar a ler todas as noites, quero deixar de me perder horas online para me encontrar aqui nas palavras, e quero mesmo regressar a este cliché com uma frequência justa. Quero mais vezes os amigos à volta desta mesa redonda, e que os meus pecados sejam entre queijo e vinho tinto, palavras soltas, e música no play. Quero cruzar o oceano para ver a minha alma gémea e o meu amor maior, e quero correr para superar os limites que coloco a mim própria. Quero que o tempo seja uma conquista mais do que uma luta. Se isto tudo incluir 30 vestidinhos novos então, serei super feliz em 2016!!
Ano 2016 é com Amor, e brindes, que te deixamos entrar.
Podes vir, estamos prontos!


sábado, 12 de dezembro de 2015

O Natal chegou a correr ( e eu também)

De repente, chegamos a Dezembro e o Natal está mesmo aí à porta. É impressão minha ou o ano passou a correr? Não sei se dei pelo tempo passar, e começo já a recear o não ter usado a meu favor. O tempo, é sempre o tempo. Voltamos sempre ao tempo, e gostamos muito de culpá-lo por tudo também. Ele é culpado se está demasiado calor, muito frio ou chuva, mas depois temos o tempo-velocidade que teima em ser demasiado rápido. Mas agora que me apercebo que o tempo passou, não consigo afastar um certo remorso por o ter deixado fugir.
Uma coisa é certa, tenho investido muito mais tempo a correr, e isso faz-me tão bem!
 
Family Race, ainda com o sol de São Martinho, 15km na companhia da minha
 parceira e do padrinho.
 
Trail Amigos da Montanha, 18,5km de trail que souberam muito bem
para matar as saudades em 2h30min.
 
3º Etapa da Liga Running, 10km na companhia da ML, em 54min,
 muitas dores nas pernas e vento frrriiooo.
 
Corrida de Paranhos, 10km em 53min muito sofridos, mesmo.
Alegria só no fim quando reparei no relógio.

 E com isto faltam 12 dias para o Natal!!!!!



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

a curiosidade vai matar esta gata?

A Nocas e o calendário do advento em alto risco de queda

Volta e meia os sinos tocam lá em casa 

Ou então é menina para ficar assim, cara a cara com este pinguim, mais de 10 minutos

Para ela o fascínio e as tentações são constantes

Estão a falar de mim mãe?
Não sei se a curiosidade vai matar esta gata, ou a mim. Mas até agora, fora os exemplos das imagens (sem consequências), e as letras do Natal tombadas de vez em quando, esta decoração tem-se mostrado à altura, e a Nocas também não tem abusado da sorte. Torçam todos por nós (eu, a Nocas e a decoração de Natal).


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

DIY: árvore de Natal à prova de gatos

Já estamos em Dezembro e hoje faz um mês que a minha decoração de Natal sobrevive à Nocas. 
Quando há 9 meses recebi a Nocas, aos poucos, de todo o lado fui ouvindo histórias de terror entre gatos e árvores de Natal. À medida que ela foi crescendo, o meu projecto árvore de Natal ganhou forma. Percebi que a minha antiga árvore de Natal teria que ser substituída de vez, e assim foi. 
Foi fácil, qualquer um pode fazer, barato, divertido, e no final, modéstia à parte, ficou mesmo charmosa. 

Primeiro passo: 

Escolher uma árvore ou galhos secos ou partidos e deixar secar (eu fiz isto em Agosto) mas pode ser mais tarde. Deixei a árvore secar à vista da Nocas para que ela se fosse habituando e brincando com a novidade. 

Segundo passo:

Comprei um vaso de plástico básico e argamassa para fixar a árvore e resistir às investidas da Nocas. É importante aqui escolher um vaso que suporte alguns kilos de argamassa para maior estabilidade. A execução é mesmo simples, misturar a argamassa com água, mexer para ficar consistente, colocar no vaso como se fosse terra e pôr a árvore. A secagem demora entre um dia ou dois, e portanto, depois disto, devem deixar o vaso com a árvore encostados numa parede ou superfície que lhes garanta estabilidade. 

Terceiro passo: pintar

Pintar não é obrigatório. Podem optar por deixar ao natural, ou colocar verniz. Escolhi pintar de branco e em spray porque combina melhor com a minha sala e o spray garante um ar rústico qb, que era o que eu pretendia. A secagem também irá demorar um ou dois dias, depende do tempo e quantidade de tinta aplicada. 
Depois disto, trouxe a árvore para casa e ficou no quarto de vestir quase um mês, à mercê da curiosidade felina. Sobreviveu e com isto tudo, chegou Novembro e eu não resisti mais, declarei aberta a época Natalícia cá em casa.  
Antes de passar às fotos devo dizer que esta brincadeira não custou mais de 15€, e além da robustez da árvore, acho que eliminar o factor surpresa ajudou imenso. Foi só pôr o vaso dentro de um cesto que tinha comprado para o efeito e encher de pinhas. 

Simples, personalizada, mas sobretudo, cheia de amor.

P.S: antes de terminar tenho que agradecer ao ML pelos esclarecimentos, e à R por ceder a sua garagem! Os detalhes mostro depois :)

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

o tempo é o meu Norte

As Sufragistas. Um filme sobre as mulheres, e não só.
Um filme que fala do direito ao voto por parte das mulheres, claro, mas que retrata a sua representação social, mas também da representação familiar. O que eram as mulheres para a sociedade, ou seja, como eram vistas socialmente, um adorno ou recurso; politicamente, umas incapazes; e economicamente, como mão de obra barata. 
Fala-nos da desumanidade, da pobreza extrema a que estavam destinadas, logo à nascença, e à pobreza maior, à de pensamento. Em como a obediência e a submissão total eram vistas como qualidades essenciais, e o amor próprio ou o simples "porquê" o maior delito. Formatadas e premiadas para servir, linchadas por pensar. 
A liberdade de pensar, de questionar, de querer saber, e o direito à autodeterminação sexual, a estudar, a escolher, a ser. A ser pessoa, não  apenas mulher. Aos que acham que o feminismo é desadequado e socialmente incómodo, este filme é um bom desafio a que saiam da sua zona de conforto e comodismo, e encarem aquela que foi a realidade de há apenas 100 anos. O feminismo não é uma questão da mulher, pequeno aquel@ que pensa assim, é uma questão do Homem. O feminismo faz tanto sentido para mim como os direitos das crianças, os direitos dos idosos (que deviam estar especificamente consagrados na lei, protegidos e alvo de punição) e o direito dos animais. É o direito a ser, a existir, à dignidade. E a forma como cada um de nós vê e reconhece, exercendo esse direito ou legitimando-o no outro, não diz nada de nós, mas denuncia aqueles que não são gente. 
Resumindo, um filme a não perder, se quiserem questionar a sorte de sermos bem nascidos, neste tempo e nesta localização do globo. Do outro lado do mundo há uma pessoa, como nós, que não pode  teclar a dizer o que pensa, ou ter o livre arbítrio de escolher. 
Quanto a mim agradeço à Sorte, ao Tempo e ao meu Norte. 


sábado, 7 de novembro de 2015

adivinhem quem voltou ?

Este ano bati todos os (meus) recordes, e o Natal já chegou.
Com a Nocas lá por casa, cada pormenor é um desafio, uma aventura com dois meses de duração, e certamente com o coração nas mãos. Curiosos ?


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

aventuras (e amores) de Verão

Estamos no início do Outono e já estou roidinha de saudades do Verão. Com as saudades veio-me à memória uma das minha aventuras de verão: o surf. 
Podem achar que o surf não é nada radical, ou apaixonante, mas para mim que arrisco pouco, foi radical sim. 
Fiz uma aula nível 0, em Matosinhos e as dificuldades começaram logo a vestir o fato, molhado e com areia, a arranhar e fazer vácuo. até fechar o zip sem arrancar cabelos foi um desafio. Ultrapassado esta primeira etapa, o professor apresenta-nos a prancha e aponta lá para o fundo, o mar, como quem diz, e ele disse, toca a acartar (arrastar) isso até lá. Uma mão aqui e outra ali e é mais fácil, diz ele. Fácil, então mas o meu braço não dá essa volta toda penso eu... A muito custo, a prancha chegou à beira-mar, mas mesmo assim, logo ali, mais inteira do que eu. Na areia umas demonstrações básicas, mas essenciais, diz o professor, e eu penso, óh isto não parece assim difícil. Erro meu, óbvio. 
Resumidamente, foi muito, muito giro, mas porque eu me sei divertir com a minha natural falta de jeito para o desporto, e porque o professor ia atrás de mim e da prancha a dizer, põe a mão ali, o pé acolá, roda, agora levante. Acreditem ou não, lá me levantei. mas caí tanto, engoli tanta água, que às tantas, não sei como consegui magoar-me com a prancha. Um talento só, é que nasci mesmo para o desporto. Um mês com uma contusão pulmonar, que dói tanto que pensei que tinha partido as costelinhas, mas ainda assim, diverti-me imenso, e quero bis. Vamos I.?

aqui está a prova, não há ondas, mas eu tenho um ar todo pró

aqui já quase, quase a dar o meu melhor (cair)

obrigada A. pela espera e reportagem fotográfica, sem ela ninguém iria acreditar!!!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

do longe fazer perto, a surpresa

Já contámos quase três anos que a minha mana rumou aos Açores e desde então, como têm sido testemunhas aqui no blogue, temos feito um esforço por fazer do longe perto. Desta vez achei mesmo que o melhor presente que lhe poderia dar era esticar o tempo, encurtar a distância, e surpreendê-la no seu aniversário. 
Com a ideia aos pulos na cabeça, pude contar com o M. em tudo. 
- arranjar um pretexto para a mana passar o fim de semana em São Miguel 
- marcar todos os voos sincronizadamente
- marcar hotel
- alugar carro
- mandar presente de aniversário pelo correio para ela não desconfiar de nada
- mentir e esperar: o mais difícil de tudo


Terra Nostra Garden Hotel foi o Hotel escolhido

Chegámos já de noite e só de olhar para esta entrada linda as borboletas na barriga dispararam.
Tenho que agradecer aos funcionários que alinharam na surpresa
 e não deixaram que ela desconfiasse de nada.  

Não tenho nenhuma foto do momento da surpresa, desculpem, não me lembrei, será mais uma daquelas memórias que ficam guardadas apenas no coração. Mas posso dizer que a minha irmã ficou totalmente surpreendida, por uns segundos nem reagiu, e depois só repetia a rir, é a minha mana, é a minha mana. Com a pequena M. aos saltinhos e gritinhos nas pernas dela, foi um momento que jamais iremos esquecer. 
Jantámos cozidos das furnas, um cliché é certo, mas que apetecia imenso. Ir às Furnas implica comer cozido, e para mim, teve ainda direito a queijo de São Jorge de entrada, acompanhado por vinho Terras de Lava do Pico. Várias ilha reunidas à mesa, uma família e só um sabor, Açores. 


No fim da noite, de coração cheio, foi assim.

O pequeno almoço toma-se aqui, neste casamento perfeito entre a arquitectura e a decoração,
que sabem o seu lugar, e fazem da natureza a actriz principal.
Há magia a acontecer neste Hotel, posso assegurar.
Acordei super cedo e faminta, e este hotel ainda é pior
do que todos os outros na tentação do pequeno almoço. Os queijos e os iogurtes são Açorianos,
 o pão levedo, o bolo de laranja caseiro (o meu preferido),
os sumos de fruta naturais que parecem os da minha mãe, socorro!

A companheira perfeita para o pequeno almoço chega e enche de alegria a sala. 

Açores sem chuva não é Açores, e se havia chuva para cair foi naquele Sábado de manhã.
O hotel dispõe de uma charmosa piscina interior aquecida para os hóspedes,
e portanto passamos a manhã a banhos, na contemplação,
ou em conversas de raparigas entre a sauna e banho turco
Tivemos tempo para brincadeiras e tolices na água

E aquele abraço que dá sentido a tudo.
Até que o tempo ajudou e fomos dar um mergulho na menina dos olhos
 deste Hotel e do parque que ele integra.
Amor perfeito, e nenúfares 

Esta piscina de água naturalmente aquecida, entre os 35º a 40º,  não é suja, tem muito ferro.

Aconselho que escolham uma roupa de banho à qual não tenham muito amor porque às vezes
ficam manchas, embora eu tenha tido sorte.

Frio e chuva cá fora, e água quente lá dentro, tornou-se impossível resistir.
Obrigada R. por seres o parceiro que embarca sempre comigo e de mão dada.
A M. a dizer "esta é a minha preferida porque é em coração" e toda uma plateia atenta. 
Aqui o sol abriu e estávamos quase no início da tarde, decidimos rumar a Ponta Delgada para matar saudades da comida deliciosa da Quinta dos Açores. O que é que é bom lá? Os hambúrgueres, os bifes, os crepes, as batatas fritas, os gelados... Tudo. Uma empresa familiar natural da Terceira que tem vindo a crescer, com base no mérito da qualidade superior dos produtos, no trabalho, e na sabedoria de saber mostrar aquilo que os Açores têm de melhor, a sua cultura. 

Nós as duas e a Quieta, que neste dia estava de parabéns
pelo primeiro aniversário do restaurante em São Miguel: parabéns!

Os gelados são de perder a cabeça, mas o meu copo é o pequeno!
Estive indecisa entre os sabores de chocolate e o D. Amélia, mas são todos bons.
Patetices na marina de Ponta Delgada, naquele segundo, filho único, no qual me equilíbrio
a tentar mostrar à minha mana o que é um pistol. Um dia chego lá!

Dia seguinte, ou, últimas horas, foi tão bom, tão intenso, tão especial

que apesar de o tempo ter sido pouco, a alegria foi maior.
Nada disto teria sido possível sem o apoio do M. : obrigada por ajudares a fazer acontecer, e por partilhares comigo o amor e o tempo com a minha alma gémea. 
Alma gémea: é tão mais fácil ser feliz contigo, mas agora que estamos a transbordar de energia vamos regressar às nossas vidas e fazer acontecer, porque a árvore de Natal já está pronta e daqui a nada estás de volta. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

fim de semana kinder surpresa

Este fim de semana foi mágico, inspirador, reparador, o mais especial de sempre. 
Foi a prova de que dar é o melhor presente que podemos receber. 
Amanhã conto tudo, mas começou assim....


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

do lixo com amor



Chamavas-te Tuca. Com o tempo foste ficando Tuquinha, Tuquita, Kika, Kikinha, Kikita. Tantos nomes que nunca geraram confusão para nós, só transpareceram amor, sempre. 
Há 11 anos atrás estavas no lixo aqui ao lado de casa, e eras um saco preto de carraças. Já resgatamos muitos cães, mas nunca um cão tão pequeno com quase mais carraças do que pêlo. Recordo, nesta minha memória cuja lógica ainda não entendo, de a veterinária ter dito que podia ter morrido com o banho da loção mata carraças. Banho não, banhos, foram quatro, também me lembro disso. De como ficavas a chorar e a tremer quando o produto actuava, e de como não paravam de cair carraças mortas na banheira, banho após banho. Lembro-me de como eras pequenina, faminta, meiga e super assustada. Cresceste, mas nunca deixaste de ser assustada, nem faminta, nem meiga, nunca. Kikita a rapa tachos, Kikita a papa arroz, Kikita a obediente, Kikita das corridas. 
Sei que nunca mais ninguém vai chorar de alegria por nos ver como tu fazias sempre, genuinamente, nem ninguém vai adorar torrões de arroz como tu. Quem é que vai ousar pousar o focinho no colo do meu pai, à espera de um mimo de trincar? Tu, eras aquela a quem ninguém queria dar banho, porque ficavas tão sentida, que às vezes chegavam a passar-se dias sem que nos deixasses de novo tocar em ti. Quem é que com aquele ar de sonsa fugia de casa, para regressar horas depois, com penas das galinhas do vizinho na boca? Quantas vezes te ralhamos e te prendemos de castigo, mas acabavas sempre por ser reincidente. 
Faz uma semana que, ainda não sei como, ficámos sem ti.  Hoje no treino corri, não sei se de ti, se para ti, se contigo. Mas às tantas, só me conseguia lembrar de que nunca mais iria poder chamar-te para uma corrida comigo, ou um simples passeio pela quinta. Gostava sempre de pensar que nisso éramos parecidas, éramos felizes a correr. Gostava disso, de sermos parecidas, porque para mim, e para nós, sempre foste família. 
Para nós, as casas só são lares com famílias lá dentro, e as famílias são aquelas feitas de pessoas e animais. Trazer-te do lixo foi das melhores decisões que podíamos ter tomado nos últimos anos, porque foste a cadela mais companheira de sempre e a mais atenta a nós. Foi tudo tão depressa para toda a falta que nos vais fazer. Foi tão difícil superar a ausência da Pepa no ano passado, que não sei como é que, em tão pouco tempo, de cinco cães felizes, traquinas e mimados, só temos três. 
Chegaram a ser quase 30kg de Kika, com andar à pato, mas nem por isso menos disposta e capaz de correr, numa fuga para as galinhas, ou ao nosso encontro. No vazio que sobra da tua ausência, quero lembrar sempre a alegria de nos teres ao teu lado, porque tu é que vieste do lixo, mas a sorte e o lucro foi todo nosso. 


domingo, 20 de setembro de 2015

21km a correr para acreditar

A dois dias da Meia Maratona do Porto fui desafiada, e aliciada com um dorsal, a correr a prova. E fui. Mas foi tão inesperado que houve até quem tenha dito "agora a sério, quem vai correr a prova Domingo que lavante a mão" e eu lá mantive a minha mão temerosa levantada. Sem ressentimentos PS, eu própria estava repleta de surpresa e reticências.
Fazer esta prova só fez sentido por ser um pedido da minha parceira de corrida, que é aquela pessoa que corre ao meu lado, e tantas vezes é a lebre, que me desafia e mantém a motivação, mesmo naqueles dias em que não apetece nada treinar. Começamos por ser parceiras de corrida por mero acaso e hoje em dia posso dizer que foi um acaso muito feliz e que acarinho muito.
Mas, com eu ia a dizer, não gosto nada da Meia Maratona do Porto, porque é em Setembro e está calor, e eu odeio correr com calor, porque o percurso é muito repetitivo, só a marginal do Freixo corre-se três vezes, o que em termos motivacionais para mim não resulta, além de ter que estar a gerir o esforço, e as eventuais dorzinhas que gostam sempre de dar o ar da sua graça nestes dias, passo a prova toda a pensar que ainda vou voltar para trás e voltar, enfim, não gosto mesmo nada. Mas fui.
Fui e comecei bem devagarinho, para me certificar que tinha pernas até ao fim. Algures entre os 11 e 15 km foi muito bom porque percebi que ia terminar, daqui para a frente uma bolha num pé e uma dor no tornozelo do outro pé quiseram acompanhar-me até à meta e já não foi assim tão feliz.
Aos 20 km voltou a alegria, e já não quis saber das dores, cheínha de fome, começo a correr o mais rápido que o meu estômago colado às costas deixa, até às 2h17min. Podem achar que é muito tempo, e foi, as minhas perninhas que o digam agora, mas uma coisa é certa, valeu todo o esforço. Valeu a pena tentar, e valer a pena arriscar, porque na corrida, como em tudo na vida, o é importante ter os parceiros certos do nosso lado, mas acima de tudo, dar o litro e acreditar.
Obrigado parceirinha!

Foi assim que tudo começou, com o charmoso do Thor a dar-nos força
aos 13km a minha cara diz "acredito!"
No final não poderia estar mais feliz por o ter(mos) conseguido. Na próxima MM prometo
que treinamos para não custar tanto.

O percurso está aqui, foi devagar mas foi non stop: Garmin Connect

terça-feira, 15 de setembro de 2015

alma gémea, o regresso

Regresso a ti, e tu regressas ao mar salgado. Talvez este regresso seja uma separação, ou subtraindo o dramatismo, seja simplesmente um caminho diferente, mas não necessariamente divergente. 
A verdade é que a geografia nos trai, separando-nos, mas nos une, nesta distância que teima em se manter entre nós. Quanto mais longe, e quanto maior é o tempo que nos mantemos afastadas uma da outra, mais eu regresso a ti, meu cliché, porque, cá dentro, deste casulo que exteriorizo, em catarse, sinto-me somente eu. E quem além de ti, alma gémea, me faz sentir tão segura e tão certa de mim? Reúnes o bem e o mal, e adoro-te quase sempre, embora às vezes me enfureças com o teu síndrome de astro.  
Sei que tenho sorte, e sinto sempre necessidade de o manifestar. Tenho sorte por te ter na minha vida, por o nosso amor maior nos ter ensinado o Amor, por estarmos sempre disponíveis, e prontas, a tirar o tapete uma à outra, e a reunir os cacos logo de seguida. 
Estás sempre a reclamar o meu regresso a este cliché, de tal forma, que foram várias as ameaças a que me vi sujeita. Por variados motivos não podemos discutir aqui a legalidade desse teu método. Contra todas as expectativas, agradeço-te por isso, porque ter-te-ei já agradecido, vezes sem conta, por tudo o mais que haverá a agradecer. 
Sinto que, de cada vez que voltas e partes, és cada vez mais minha, e somos cada vez mais uma só. Como se a distância nos beneficiasse com a clarividência de sentir, e saber, sem palavras ou olhares. Batemos os olhos uma na outra só para confirmar, e as palavras estranhamente dizem apenas o que sabíamos de antemão. 
Sei que és diferente, que és maior, que a adversidade passa por ti, não sem custo, mas sem hipótese de espalhar o medo. E quem diria, que serias tu a ganhar ao medo? O gritinho que não ouvi, mas sabia que tinhas dado naquele salto da lagoa escura, as lágrimas que não posso ver mas sei que as estás a chorar... minha irmã, minha alma gémea. 
Que as palavras unam a distância, que a distância dissolva as fraquezas, que o tempo dissipe a adversidade, porque a falta que me fazes só não é maior do que o nosso amor, e um dia só vamos lembrar a magia de cada regresso, e o brilho no olhar. 


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

fomos a banhos, mas já voltamos: Menorca (II)

Em Menorca além das praias, que vou já falar, recomendo uma visita a Ciutadella e Maó.  São cidades pequeninas mas bem charmosas, com um centro histórico bonito e muitas lojinhas onde se encontrarem (eu tenho esta forma pouco saudável, diz a minha carteira, de me sentir inteira dentro de lojas cheias de roupa e recuerdos). A não perder é também o por-do-sol em Cap Cavalleria e, claro, comer peixinho fresco em qualquer pequeno porto que encontrem. 
As praias chamam-se Calas e tentei ir a tantas quanto consegui, mas eram todas tão lindas que foi difícil escolher. O meu guia classificava as praias em: para famílias, para caminhadores, para casais e para nudistas. O meu primeiro critério de escolha era simplesmente a foto mais apelativa, e depois excluía as de nudistas. Eu até não tenho nada contra, mesmo, o nudismo e o topless, mas cá entre nós, eu já vejo todo o tipo de misérias dessas no meu trabalho todo o ano, nas férias, dispenso bem. Contudo, descobri ao longo dos dias que não faz muita diferença o tipo de praias que escolham, porque não vão escapar aos nudistas, que, sozinhos, em casal ou em família desfilam pelas praias. Nas ilhas espanholas todas as praias são de nudismo, preparem-se.
Ao ler a descrição de "como chegar" muitas foram as vezes em que desisti e exclui praias por distarem 3 ou 4 km a pé da estrada (o limite que estabeleci foram 2km) ou recomendarem levar para o percurso 3L água/pessoa. Ora bem, com temperaturas entre os 30º a 35º achei que não aguentava. Mas para quem for a Menorca com menos calor são decerto praias a não perder.
No geral, recomendo as praias do sul porque o turquesa é mais apelativo, mas não deixem de visitar o norte porque tem muito charme. 
As praias que visitei  a norte foram as seguintes: Cala Blanes, Cala Morell, Cala Algaiarens, Plajta de Binimel-là, Plajta de Cavalleria. 
Rumando a sul as escolhidas foram: Cala Blanca, Cala Bosc, Plajita de Son Xoriguer, Cala Turqueta, Cala Galdana, Cala Mitjana, Plajta Binigaus, Plagta Sant Tomàs, Cala Sa Mesquida e Es Grau. 

As fotos (acreditem, para tristeza minha, ficaram quase todas péssimas, e não traduzem, de todo, a beleza da ilha):

Cala Galdana no final do dia, sem sol, mas com muito calor, e a aproveitar a praia até à última

Platja de Cavalleria, num dia muito nublado mas com 33º
Quando cheguei à praia estava bandeira verde, entretanto tive um encontro imediato
 muito pouco feliz com uma medusa, e apeteceu-me logo conhecer outras praias.
Ao ir embora já tinham mudado a bandeira. Cuidadinho!

As minhas fotos não fazem jus às praias, mesmo, e apesar de estas águas estarem apinhadas de medusas...
ainda pensei duas vezes se me apetecia ir embora ou não, mas com aquele calor tinha
mesmo que ir para uma praia em que pudesse dedicar-me aos mergulhos
Platja de Binimel-là - bem sei que não mostro a praia, mas o melhor foi mesmo ao fim do dia ver o passeio dos cavalos. Menorca é conhecida também pelos seus Cami de Cavalls que são rotas de percorrem o perímetro de toda a ilha, e onde, antigamente se fazia o patrulhamento da ilha, a cavalo claro. 
Cap Cavalleria - tem a fama de ter o por-do-sol mais bonito da ilha,
mesmo com nuvens, a mim, convenceu-me. Eu fui directa da praia, mas lá, enquanto
aguardava vi que as pessoas se faziam acompanhar de cerveja e comida.
 Fica a dica, porque valeu mesmo a pena esperar pelo sol e porque na verdade estava faminta. 
Ainda em Cap Cavalleria, apenas eu, a brincar com o vento, naquela estrada
que parecia não ter um fim, mas que nos conduziu até ao mar.
Platja Binigaus - esta foi a praia em que mais tempo me perdi a ver pedras e peixinhos com
aqueles óculos de mergulho e o respirador que nos fazem parecer uns ET´s, mas que são uma forma 
maravilhosa de conhecer as praias de outra forma e aproveitar o mar, muito para lá dos mergulhos, 
O único peixinho que vi e sei dizer quem era foi uma raia, mas atendendo ao meu anterior encontro 
com a medusa achei por bem dar-lhe espaço.
Plataja de Sant Tomàs - já no regresso, encontramos novamente
os cavalos e desta vez tive que parar, adoro! Estava lá um rapazito a dar-lhes comida
e um montão de turistas pasmados como eu. Mas eu, às vezes sou uma descarada,
pedi-lhe para partilhar comigo a comida do cavalo,e ele deu, foi um queridinho. 
Esteva a dar-lhe alhos, isso mesmo, e o cavalo não se fez nada de rogado, comeu tudo!

Cala Mitjana - onde foi feito o catálogo da Canté asseguro-vos porque a minha memória
 é muito boa para estas coisas que não lembram ao menino Jesus - e onde senti que estava mesmo no
paraíso ao aparecer este senhor a empurrar esta carreta, 
e em 3,2,1, partir e servir coco, ananás e melancia. 

não sei se o que me surpreendeu mais foi ele ter lá chegado com aquela fruta
 toda, porque os acessos a esta praia não são nada fáceis nem curtos

ou a velocidade (devia ter filmado) com que ele fazia isto. Mesmo bom, bom, bom.

Cala Bosc

Cala Sa Mesquida - com a mão no chapéu porque
 o vento já me tinha tentado levá-lo.
Depois da praia fomos almoçar a Cap Roig e eu escolhi linguado que
estavam assim de bonitos mas muito mais de saborosos.
Cap d´Artrux - um pequeno porto e marina que descobri e adorei.
 Quanto a mim este foi o melhor bar onde já fui nos últimos tempos, a não perder, mesmo.

O melhor recanto do nosso hotel, delicioso nestes tons pasteis.

Cala Blanca, a praia ao lado do hotel, e que de manhã foi assim, minha.

Em Cala Blanca os bares distam três degraus do mar, e à noite, com o calor,
aquele limbo seduziu-me muitas vezes. 

Como me desleixei imenso acabei por não fazer nada do que tinha pensado, mas se puderem façam um passeio de snorkeling, e se forem com tempo um de mergulho. Visitem o parque natural de Es Grau, façam o passeio de barco pelo porto de Maò, visitem as Covas den Xaroi, façam um passeio a cavalo ou de jeep. Por todos estes motivos, e porque gostei mesmo muito, Menorca, um dia, vou voltar para ti.