sábado, 14 de março de 2015

sábado, 14 de março de 2015

esta música que não me sai da cabeça

Quem é que já não quis, não voltar sozinho para casa?
Quem é que já não precisou de alguém para dividir a dor, ou simplesmente alguém para quem esconder a dor?
Quem é que não intentou uma desenfreada fuga para a frente? 
Quem é que não foi companhia de um amig@ num momento assim?
A primeira vez que ouvi esta música fez-me voltar tanto no tempo, a tantos pequenos grandes momentos no tempo, momentos meus, momentos de outr@s que me são queridos. Estes momentos marcam-me sempre tanto, como se fossem cruzeiros no meu caminho, porque acho que há sempre um antes e um depois, em nós e nos outros, quando eles acontecem. 
Dentro de nós somos obrigados a mudar, a fazer um caminho que poderá ter que ser outro, novo, diferente, inesperado até. Quando é um amigo querido que sentimos sofrer, conhecemos facetas novas, de dor e revolta, coragem e força, e é então que a admiração e intimidade que nos unem fica mais forte que um nó de pescador. Não é? Ficamos assim, irmãos que escolhemos para nós.


Esta semana em particular, estava a ouvir esta versão remix e não consegui tirar a música dos ouvidos, porque esta semana morreu connosco um senhor novo e desportista a quem a sorte atribuiu um tumor cerebral maligno, e ainda sentenciamos a vida de outro com o mesmo fim. 
De entre todos os outros casos que são de sucesso, são estes revezes, digamos assim para aligeirar o assunto, que me fazem sentir que o travão de mão foi puxado, obrigando-me a parar e pensar. 
Quão solitário poderá ser ouvir uma notícia destas?
Quão solitário não será estar, depois disso, numa casa cheia de gente, ainda que seja da nossa gente do coração?
Quem morre, morre sozinho, mesmo que acompanhado. E por isso, como é que podemos tirar algumas coisas da cabeça, metafóricamente ou não, malignas? 
Como é que se vive a vida que nos resta viver, quando parecemos aqueles artigos de fim de prazo no supermercado, menos valiosos, e em destaque? 
De repente, todos se querem despedir de nós. Haverá tempo?
Éis o cliché: quanto tempo o tempo tem?



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