sábado, 26 de março de 2016

sábado, 26 de março de 2016

A rapariga dinamarquesa

Este filme levou-me as palavras, deixou um arrepio e a certeza de que realmente fui abençoada. 
Revejo o filme mentalmente e não sei o que dizer com receio de o diminuir, porque dizer que se trata da história do primeiro transexual a ser submetido a cirurgia de mudança de sexo é de tal forma redutor.... Mas no entanto é essencial que isso seja explicado para que possamos tentar aproximar-nos daquela que era a dor, a incerteza, a descoberta, a luta, o medo, o repudio e o encontro, o amor, a comunhão, a amizade e a generosidade de carácter dele e depois delas as duas. 
A negação e a descoberta do verdadeiro eu, que começa numa brincadeira desencadeadora da verdade, da luta entre a verdade e o convencional. De como ambos sofreram, ela por perder o grande amor dela, ele por não a poder mais corresponder e nem fugir à sua essência. 
A alegria da descoberta embrulhada na ambivalência  do perder e ganhar, num trilho que depois de pisado pela primeira vez nunca mais pode ser abandonado. 
Tanta dor e tanto amor, numa história em que o amor ganhou, mesmo quando os afastou. A generosidade de alma a par da abertura de espírito tornaram possível  que a procura terminasse em encontro. 
O amor soube transformar-se, moldar-se sem se perderem um do outro mesmo quando era difícil. E foi, muito, sempre. 

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