quinta-feira, 21 de abril de 2016

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Maratona: foi assim que aconteceu

Consegui, é quase tudo o que me ocorre dizer-vos. Foram 42km mesmo felizes, e sempre a correr (o que era a minha grande ambição pessoal). 
Uma prova que comecei super nervosa, só de imaginar como é que ia reagir depois dos 30km (nos treinos não ultrapassamos esta distância). Juro que só pensava na minha mãe e que até rezei um pai-nosso. 
Até aos 5km ia a tremer por dentro, depois finalmente consegui encontrar o meu eixo e deixei-me ir. 
E fui. Mentalmente fui jogando com os números. Até aos 21km ia pensando "ai já só faltam 10 para a meia", depois comecei a contar quantos faltavam para os 30km, que era a referência máxima que eu tinha de treino. A partir dos 30km fiz o sinal da cruz e concentrei-me na música até ao fim. 
Madrid é uma cidade muito bonita, e arquitetonicamente muito imponente, o que também ajudou a que me distraísse, ou a descobrir sítios novos ou a relembrar os que já conhecia. 
Ajudou muito o facto de, apesar de estar sol, passar quase sempre uma brisa fresca e o percurso ter imensas sombras. Andei, sempre que pude, à cata de sombras.
Temerária foi a ideia de planearem o percurso de maneira a que nos primeiros 6km fosse sempre a subir, mas isso eu até perdoava, agora, voltar a subir sem parar dos 33km aos 40km, é que já acho mesmo uma crueldade. 
Quando se fala sobre a maratona muita gente pergunta pelo muro, e quando fiz o treino dos 30 perguntaram-me logo se tinha encontrado o meu. Nunca entendi muito bem o que seria este muro até o encontrar hoje ao km 38. Só me apetecia fazer birra e dizer "já não brinco mais a isto das corridas". As minhas pernas já não aguentavam mais tantos km a subir e eu também não conseguia ver onde é que terminava.  
Posso dizer que aproveitei imenso a prova até aqui, com esforço claro, mas tranquilo, mas que a partir dos 38km custou imenso, até entrar no Parque do Retiro, já a descer, e a ver uma meta plana, e aqui sim, com tanta gente a aplaudir, fiz a minha pequena festa, gastei o fim do cartucho e ainda acelerei até à meta ( pouquito é verdade, mas o que deu) e foi como eu sempre quis: feliz. 



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