terça-feira, 23 de agosto de 2016

domingo, 21 de agosto de 2016

O silêncio e as palavras, namoro mais que perfeito

Domingo de manhã deu para dar um saltinho à exposição de pintura de Teresa Portela, que decorre até dia 6 Setembro nas Termas de Aregos (Resende). 
Senhora de carreira longa, coração grande e dom maior, Teresa Portela que além de ser amiga cá de casa, é uma inspiração pela poesia onde perde o olhar, e onde nos permite encontrar. 
Resende é tão bonito pelos seus olhos e pincéis, ora espreitem lá: 

Penedo de São João 

Caldas de Aregos avista Aregos

Capela de Aregos 

Pôr-do-sol de encantar ( o Douro no seu melhor) 

Se não fosses rosa nem cereja, meu amor, que paixão serias? ( pedras da calçada pintadas à mão, preenchidas de poesia) 

Admito que foi neste casamento perfeito entre os pincéis e as palavras que esta obra ( e casal) me conquistou. A sensibilidade de saber parar em cada detalhe, de lhe dar o lugar a que pertence, o principal. 
A não perder (mas sou suspeita)!


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Sítio preferido


Aquele que guardo cá dentro como um porto seguro, um alento, um refúgio (agora pouco secreto) de paz. Fica em Resende, na casinha dos papás, como não podia deixar de ser. 
Gosto da pedra, do banco que o meu pai mandou fazer sem nós contarmos, do sossego abraçado às cerejeiras que ainda são do tempo do meu avô. E claro,  daquela vista tipo postal sobre a vila e o rio, onde há mais de 25 anos os meus pais escolheram escrever a nossa história. Estamos em casa quando estamos com os nossos, e ali sou apenas eu. 

sábado, 13 de agosto de 2016

Race, ou a história dos 10 segundos mais inconvenientes

Numa altura em que a minha motivação está pelas ruas da amargura começei este sábado com uma sofridíssima corrida de 8km às 8h, acompanhada pelo P.O. ( a sorte que tenho em ter amigos assim, que se voluntariam para dar corda a estas sapatilhas - obrigada!). Foi o segundo treino de corrida desta semana e ainda não está fácil correr abaixo dos 6min/km, ainda sofro muito e desfruto quase nada. Não fosse o Porto ser tão lindo e charmoso, e acho que teria desistido.
Em clima de Jogos Olímpicos, tendo ontem assistido entusiasticamente, e em directo, a ser batido o record do mundo dos 10km feminino, hoje houve movie time com Race. 
Adoro os Jogos Olímpicos e todo o simbolismo, e Race retrata um atleta norte americano que competiu naqueles que foram os últimos Jogos Olímpicos antes da Segunda Guerra Mundial, e que  foram, nada mais nada menos do que em Berlim. 
Uma história do atletismo ( com recordes do mundo que demorariam 25 a serem batidos), do preconceito, da loucura nazi, mas também da nobreza de carácter, da coragem invulgar, da capacidade de trabalhar e sonhar, alto e rápido. Uma história em que nos 100m  e nos 10s cabem todas as dimensões humanas, mas sobretudo onde prevaleceu o desportivismo. 
Um filme motivacional, e não só para quem corre, porque seriam infinitas as metáforas que poderíamos construir a partir daqueles exemplos ( os bons e os mais), mas que eu já deveria ter visto há umas semanas atrás. 
Façam play, garanto que vale a pena:


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Fogo que arde sem se ver

[As saudades que tinha dos dias em que me podia perder nos livros, e fazer deles a actividade mais importante do meu dia. Entrar noutros mundos e realidades, um pé cá outro lá, para que no fim, tudo faça tão mais sentido cá dentro. Não há amor como o primeiro, e o meu, já aqui o confessei, foram as palavras. A rúbrica: na mesinha de cabeceira mora está de volta. Com alguns livros, que há muito esperam que fale sobre eles. A não perder, cada tem o seu lugar e o seu tempo.]

Vozes de Chernobyl 


Como não poderia deixar de ser este livro fala, ou melhor dizendo, deixa falar, sobre Chernobyl, o primeiro grande acidente núclear.
Uma história contada na voz das testemunhas, militares, bombeiros e liquidadores, que enfrentaram o desconhecido no imediato sem saberem ao que iam, e depois, durante os meses seguintes. Fala das aldeais cobardemente evacuadas, em que cães e gatos se sentavam à porta das suas casas, à espera dos donos, que nunca puderam regressar. Mas também ouvimos simples pessoas do campo, que viram as suas vidas afectadas, viradas do avesso para sempre, sem conseguirem prever nem aceitar. 
Temos histórias de tudo, do comunismo do Gorbachev que tentou negar o acidente, de como na central núclear trabalhavam políticos do partido e não físicos e engenheiros, os erros gravíssimos de construção, a negação perpetuada no tempo, até ao limite, que não demorou muito dias, mas que perdura até hoje. O preço a pagar pela desinformação é alto demais, e ninguém se atreve a dizer quando termina. Descrições de mortes vorazes e dantescas, e desumanas e longas, ao sabor da vontade da radiação. 
Relatos de um fogo que arde sem se ver, até hoje, e que irá muito para além do amanhã. Um futuro herdado do passado, cheio de medalhas, mas hipotecado. 
Embora este seja um livro seccionado pelos consecutivos relatos, há nele um fio condutor que nos prende, e que fica entre o talento de quem soube ouvir, e a verdade do povo Bielorrusso que teve a generosidade de partilhar. 
Foi em 1986, também vão querer ficar indiferentes?

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Kastelos e Batizados


Diz o clichê que castelos cada um constrói o seu, pedra por pedra.
O Kastelo é uma iniciativa da Associação No Meio do Nada que objectiva conquistar para todos a primeira Unidade de Cuidados Paliativos Pediátrica ( da Península Ibérica ). 
Este Castelo pretende ser o lugar onde as crianças vão poder viver o que restar com qualidade e como crianças que têm direito a ser. 
Este sábado fui ao batizado do filho de uma daquelas amigas que são família, a R., e a lembrança para os convidados foi um marcador de livros onde dizia " o valor deste presente foi doado ao Kastelo" e que vinha acompanhada por um nariz de palhaço que todos colocamos para fotografar, mas sobretudo para lembrar que em pouco podemos fazer a diferença. Batizamos uma criança, fizemos feliz muitas mais. 
A R. é sempre uma inspiração para mim, inspirem-se nesta iniciativa e juntem-se na construção deste Kastelo. Um euro faz bater o coração desta causa. 

Nib: 0010 0000 47393210001 60
 

domingo, 7 de agosto de 2016

sábado, 6 de agosto de 2016

M, quem aguenta?




Festa de aniversário ( sim aos quatro anos ela já tem uma agenda social!!) no quartel dos bombeiros. Recebi hoje estas fotos e não resisto em partilhar. Ela podia gostar de tanta coisa mas saiu-nos uma Maria Rapaz irresistível. Quem aguenta isto? Doce terror. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Mais de um mês sem correr, dramas de sapatilhas

Tenho falado tanto sobre esta minha relação com as sapatilhas, e tem sido sempre sobre o lado feliz desta relação. Mas, como em todas as relações, temos tido altos e baixos, isto é, alturas em que estou mais motivada para treinar e dedico ( abdico?) mais tempo aos treinos, e alturas em que cumpro o calendário de treinos apenas porque sim. E depois há fases como esta em que estou há mais de um mês sem correr. Porquê? Não sei bem ao certo, mas sinto que esta relação precisava de um tempo...
De alguma forma, todo o empenho que coloquei na maratona fez com que o gosto que sempre senti pela corrida tocasse perigosamente a obrigação. O ritmo de treino era de tal forma ( para uma amadora fraquinha como eu) exigente que, às tantas, parecia que todas a minha vida dependia dele. Quando terminei a prova, foi como se tivesse ganho a medalha de ouro dos jogos olímpicos ( só que não ), mas ao mesmo tempo, senti um alívio agridoce  por já não ter aquela rotina de treino de quase 50km semana, sem contar com os restantes treinos complementares.  Pensei que com o tempo ia voltar a sentir  pulgas de correr mas isso não aconteceu, vieram as férias, e de repente tudo me parece um bommotivos para não correr ( nem treinar). Queria arranjar aqui um grande culpado, mas não consigo.
Dizem que é assim na corrida, uma relação de amor ódio, só que eu não a odeio, quero muito voltar para ela, tenho muitas saudades até, saudades de ter vontade de correr e aquela alegria de contar km. 
Preciso ser sincera em relação a isto: amanhã vou parar de esperar pela motivação e treinar sem ela. 
Quem se sentir como eu que se junte a mim nesta revolta, porque a verdade é uma, sou tão mais feliz a correr. 

( memórias de treinos solitários e felizes em São Jorge, Fevereiro)