domingo, 10 de dezembro de 2017

domingo, 10 de dezembro de 2017

Terá este amor pernas para andar?





Há muito que não me perco em palavras sobre a corrida. Depois da paragem forçada foi-me difícil retomar os hábitos de treino, sobretudo na corrida. 
Para quem gosta de correr, não haverá nada mais agridoce, do que este sentimento de pertença à corrida se submeter à inércia que o recomeço no treino fomenta. Comigo foi assim. Foi. 
Tinha saudades de correr, da superação que cada quilómetro sofrido me acrescentava, do triunfo de perseverar quando os músculos e o pulmão pediam misericórdia, mas sobretudo, saudades deste encontro metafórico que só quem corre por amor poderá entender. 
E depois existem todas as pessoas que a corrida trouxe à minha vida, que a enriqueceram com a diversidade, a semelhança e a luz que espalham e me inspira. Se não tivesse sido por mim o regresso, seria certamente por elas. Tenho tantas saudades da energia de todos eles,  que voltar foi sempre uma meta. 
Esta semana regressei à ilha Terceira, e os treinos tiveram direito a estrada, trail e pista. Vi o nascer do dia no Monte Brasil, partilhei trilhos com os bambis, e vi o sol a nascer entre as folhas das árvores e em cada varanda do mar. Corri com a humidade a rondar os 100%, as pernas a doer, mas com a alma a reconhecer a magia de cada redescoberta. 



P.S: Estas meninas novas foram oferecidas com muito carinho pelo M e além de giras, amortecem bem, e por isso, espero que a nossa relação dure muitos quilómetros.  

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