Temos motivo? Não? Vamos já arranjar um, sim, esse, isso, pode ser.
Temos quorum? Não? E amanha? E depois de amanhã? E durante o mês que vem? Dá? É esse dia então, está decidido.
Ora agora vamos à parte prática:
A casa está limpinha? Sim há-de estar no dia!
E cheirosa? Acender velinhas por todo o lado, porque para mim nada melhor do que um aroma bom para fazer os outros sentirem-se bem vindos.
A ementa, qual vai ser? Ora bem, penso sempre numa receita mesmo boa e fácil, como as que a J. me ensina, ou então arrisco uma toda xpto que o H.V. faz e eu tento fazer, mas claro está, nunca é a mesma coisa.
A toalha da mesa, qual vai ser? Ah hoje vai ser a nova!
Que pratos escolher? Os meus Bordalo Pinheiro do coração, claro, é só escolher uma cor a combinar!
Os copos? Já está!
Flores? Gosto de receber como gosto de estar, com flores. Toca a ir comprar flores!
Ir ao supermercado, quando? Sempre à última da hora!
Quando é na casa dos outros, poucos são aqueles que perguntam aos anfitriões se precisam de ajuda, mas quando é aqui em casa, os meus amigos já sabem que o meu carinho é muito, mas a minha vocação para a cozinha não é igual, logo, durante a tarde, o mais tardar (desculpem a redundância), recebo sempre uns telefonemas a oferecer ajuda. A verdade é que às vezes já estou em stress e aceito, outras em que estou super confiante e só peço que tragam fome, porque a verdade é uma, com fome tudo sabe melhor.
Depois disto tudo escolho uma musica ambiente, escolho uma roupa gira mas muito confortável para estar em casa, esforço-me, esforço-me por ter tudo pronto 30 minutos antes para respirar e confirmar tudo. E depois? Depois é só esperar que a campainha toque, ou que toque o telefone a perguntar qual é a campainha, e quando estamos todos juntos, não há que enganar, corre sempre bem.