quinta-feira, 16 de junho de 2016

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Faltas-me, falta-me o ar, sobra-me mar


E de tardes de sol.
De te ir desviar do sentido de responsabilidade ao teu trabalho, para nos perdermos entre um café e uma meia de leite escura (tua). 
Tenho saudades de falar contigo sobre nada e coisa nenhuma, saudades de fazer parte do teu dia a dia. Tenho dores de não ir buscar o doce terror ao infantário, e de andar com ela virada de pernas para o ar no meio da rua a fingir que não gosta e não quer mais. 
Saudades de reclamar contigo por seres mandona, e de reclamar com a mãe por baralhar os meus gostos por comida com os teus (do tempo em que tínhamos refeições em família com intervalos inferiores a trimestrais). 
Saudades de te roubar roupa, anéis, pulseiras, casacos e carteiras. Mas sem saudades de ouvir " não te falta pintar para sair Inês ?". 
Saudades de perguntar " achas que fica bem?" e ouvir " super bem" ou "nada mesmo".
Saudades daquele barulhinho que nós sabemos que fazes quando ris, do outro que fazes quando desmaias a dormir. De ver os teus sapatos de Cinderela espalhados pela casa e os chinelos desaparecidos em parte incerta.
Sonho com vocês todos os dias desde há duas semanas, e portanto acho que atingi o expoente máximo da falta que sinto (e sei que faço). 
Minha alma gémea, não há mar que te afaste de mim tanto tempo que não aguente, mesmo que com umas faltas de ar pelo caminho. 
(respira, não pira)

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