À janela de um sonho de verdade.
Construídos gradualmente entre o séc IX e XIII os templos são usados diáriamente até hoje pela população. Por isso, visitar Bagan é fazer uma viagem no tempo, dar um mergulho profundo na cultura Birmanesa, e deixar o calor transpirar as nossas preocupações comezinhas e aprender.
Cheguei cá a saber que precisaria de um guia, mas sem nenhum marcado. Os astros alinharam-se quando o táxi que nos levou ao hotel foi o Li Ling, para os amigos e Sunshine, para os turistas! A viagem foi o suficiente para saber que queria continuar com ele. Ele disse que não trabalhava como guia, mas tinha um amigo guia, o Aung, que estava livre. Ia buscá-lo a casa e voltava já. Num impulso, em que sentes que o universo conspira a teu favor, ficou tudo marcado. Não poderei nunca dissociar o deslumbre de Bagan do Li Ling e do Aung. E por isso talvbez, nunca lhes possa agradecer o suficiente, mas mesmo assim, obrigada de coração.
O Aung muito para além das horas e horas de aulas de história que nos deu, sabia sempre quando queríamos parar para beber água fresca sem precisarmos falar, carregou a minha mochila mesmo depois de eu ter dito que não era preciso, percebeu quando se alongar nas histórias e quando parar, escolheu as sombras para eu não derreter, e riu-se connosco vezes e vezes sem conta. Já tive vários guias, e acho o trabalho deles fundamental, tenho tido sorte com os meus, mas de alguma maneira, o Aung foi especial, super profissional e ao mesmo tempo tão afectuoso. Não nos impingiu nenhuma ronda por lojas e artesãos, moldou-se totalmente à nossa maneira de turistar. Além de que é um romântico terrível e super apaixonado pela sua Sweet Heart. Recomendo, muito! [link aqui para quem estiver a pensar ir deslumbrar-se para Bagan]
A primeira foto, o primeiro templo, lá em cima o Aung e eu a costurarmos à nossa medida, e lá em cima do templo, uma foto totalmente aleatória, e igualmente absorvente.
Salamani temple, não sei se fico ou se saio, o chão escalda os pés e a pele. Um templo em forma de pirâmide egípcia com janelas a fazerem jogos de luz e sombras.
A olhar o chão não para charme de foto de blog, mas porque quem anda descalça na penumbra não tem que querer calcar dejectos de morcegos!!!
Estas miniaturas de miúdos por todo o lado, enérgicos sob este sol, tão simpáticos e felizes.
O início de uma grande aula de arquitectura, desenho e arte. Brincadeira minha, fotos ternurentas do Aung a ensinar-nos como distinguir os templos uns dos outros, sem precisarmos dele. Uma evolução da engenharia, e a história que o tempo conta através dela.
Já não sei quem és tu templo, já só sei que gosto de ti. [Sorry Aung]
Hna Myet Nar , não aparece em guia nenhum mas queria um sítio sossegado e o Aung fez acontecer. Este foi o primeiro pôr-do-sol, o primeiro dia, com o mais perfeito companheiro de vida e viagens e aventuras, mas mal imaginava ele que o ia acordar, todos os dias às 5h da manhã, para ver o nascer do sol comigo.
Desfocadamente feliz, será assim que vou guardar sempre estes dias.
Este fim de luz, as sombras e a imponência destas estupas. Como não amar?
A Lua a ficar cheia e a augurar boa sorte. Os Budistas celebram a Lua cheia e a Lua nova como os Cristãos celebram o Domingo. Foi arrepiante assistir a isso.
Ananda e o seu dourado a estender-se até ao céu. Um céu que o envolve em algodão mágico. E Budas de 900 anos de idade que de perto são sérios e ao longe se riem para nós, juro!
Ananda visto pelo canto de um olho, por uma moldura de encanto bruto.
Shwesandaw, ou o pôr-do-sol semelhante a festival de verão, impossível de desfrutar, e por isso, fiquei-me pela Lua cheia.
Ao segundo dia uma volta sem grande destino de bicicleta, entre pó e bozinadelas, uma quase-queda, um vento quente a bater no rosto e devo assumir publicamente que valeu a pena o esforço de pedalar ao calor e ver o dia a terminar.
Shavezigon, está em obras com a ultima obra da natureza que o pôs à prova, mas nem por isso perde o seu esplendor.
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