quinta-feira, 28 de abril de 2016

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Depois da maratona, obrigada !

Depois da maratona é preciso, mas difícil, voltar à realidade. Talvez o facto de ser a primeira, de ter sido muito sonhada e receada, de ter sido tão longe de casa, faça com que tudo pareça ainda mais mágico e feliz do que foi. E foi muito, foi mesmo muito feliz, tenho que sublinhar isto. 
Foi feliz porque consegui, claro. Porque a minha (realista) ambição era terminar sempre a correr e conseguir desfrutar, e consegui-o. Entre o nervosismo dos primeiros quilómetros e as dores dos quatro últimos, a alegria foi tanta que nunca terei palavras. 
Preparei-me afincadamente para a maratona e foram muito poucos os treinos que não cumpri, e por isso há uma coisa que vos posso garantir, se eu consegui qualquer um, com motivação e espírito de sacrifício, consegue. Mesmo. 
Entendo tão melhor agora os meus colegas quando me diziam que quanto mais duro o treino maior a festa na prova. Sempre achei que havia um certo paternalismo nestes comentários, e que ia sofrer a prova toda e pronto, mas não, valeu a pena todo o empenho. Diziam também que os primeiros 30km se corriam com as pernas e os restantes 12km com o coração. Ora, isto também nunca me tranquilizou porque era uma distância muito grande para por a cargo do coração. Acho que acabei por correr tudo com o coração até aos 38km e só depois chamei pela cabeça, as pernas correram sempre mas não lhes liguei nenhuma. 
Mas este post serve para dizer uma coisa: obrigada. 
Há um grupo especial de pessoas sem as quais, a conquista desta meta, entre sorrisos e lágrimas de pura emoção, não teria sido possível.
Ao Ricardo, por não ter hesitado nesta loucura comigo e por ter sido, como sempre, o companheiro ao ritmo certo. 
À minha irmã porque só ela sabe sempre as palavras certas para me fazer ir mais longe. És a minha melhor metade, e por isso obrigada por me guiares a ser melhor, mais segura e tão mais feliz. Podia dizer que só faltaste tu naquela meta mas seria mentira, estavas comigo em cada lágrima e cada sorriso. 
E aos meus pais, que não entendem bem esta minha adição, mas posso assegurar que o meu pai é o melhor carro vassoura que há, e a minha mãe a melhor claque. 
Ao Miguel por ter alinhado tantas vezes em tantos treinos longos comigo, sem ti não tinha conseguido. Neste ponto em que estamos já não sei bem quem é que inspira quem, e adoro isso. És um orgulho. 
Às minhas parceirinhas por entenderem a loucura e apoiarem sempre. A cada controlo de tempo sabia que estavam comigo e que afinal até estava a ser um rock and roll. 
Ao Pedro Silva, um dos nossos professores da corrida, mas aquele que me fez começar a correr, e o que sempre me desafiou a alcançar novas metas, cada vez mais longas e totalmente inesperadas para mim há quatro anos atrás.
Pedro, acho que para ti não terei palavras suficientes para agradecer (agradecermos), pelo desafio semana após semana sem desmotivares mesmo quando nós próprios não estamos motivados, pelo plano de treino da maratona (mesmo bom porque fez com que a tartaruga cor de rosa conseguisse concluí-la), por todas as vezes em que supliquei e vieste correr séries comigo, por te rires dos meus pesadelos com a prova, por me tentares acalmar na partida, e estares lá para celebrar connosco a chegada. Esta minha/nossa conquista é sobretudo tua.
Terás sido simplesmente o nosso professor de corrida, mas hoje em dia é óbvio que és tão mais do que isso para nós, és um amigo, um daqueles que temos que agradecer por ter, obrigada. 



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