segunda-feira, 29 de abril de 2013

em cada um de nós há uma criança: os carrinhos de choque



Os carrinhos de choque são uma loucura para mim, e nem sei explicar muito bem. Eu não gosto de conduzir, nem de velocidade, mas ali, naquele jogo de luzes e música muito má, há uma alegria gratuita e irresistivel. Gosto de comprar uma mão cheia de fichas e perder-me de riso.
Adoro andar de carrinhos de choque, mas quem sofre sempre é a M., que tem que conduzir o carrinho para mim. Só para avisar que as festas populares estão aí a chegar, e não há como dizerem-me que não!!!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

quem corre por gosto? tem a liberdade nos pés


Hoje, no dia da liberdade, escolhi levantar cedo, por o protector, calçar os meus tenis pirilampo, e correr.
Corro porque gosto, porque me dá gozo, porque mesmo quando o treino é de rampas horríveis e só me apetece voltar para a cama, de onde me levantei cedo para correr, no fim, depois de ter conseguido, ou quase, sabe mesmo muito bem.
Corro porque adoro o cenário entre a beira rio e beira mar, entre os quais, privilegiadamente, vivo e treino. Mas correr é ter a liberdade nos pés. E a liberdade é, a par da corrida, viciante.
Hoje fomos correr na rochosa praia de Lavadores, e foi como se tivesse outra vez 10 aninhos, e ia para lá, fugida da minha mãe, só que agora, com algum medo de cair. Recomendo muito estes saltinhos no tempo. Façam isso, vão saltar vocês também!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

na véspera do dia da liberdade, o que faremos com esta herança, a liberdade?


Quando alguém morre, quem fica perde sempre. Existe a herança, mas quem é ela? Ficamos com aquilo que é do outro, mas perdemo-lo. A verdade, mesmo, é que ficamos com as memórias, as saudades, os cheiros, o espaço, o silêncio. Herdamos sobretudo a ausência do outro. Depois, claro, há quem queira herdar coisas, e valores, mas esses são ainda mais pobres, porque perderam e não sabem.
A minha irmã, quando se diz que uma familia é muito unida, em sussurros, pergunta sempre se já morreu alguém na família, se já tiveram partilhas. Para ela, que vê o lado mais negro das pessoas todos os dias, até prova em contrário, as pessoas valorizam mais o ter.
Hoje, no regresso a casa, ouvi na radio perguntarem a um comentador o maior cliche da nossa actualidade, o que é que ele achava da crise, e ele, não defraudou as expectativas, e respondeu com um lugar comum também, mas deixou-me sintonizada. Para ele, o que importa na crise económica, é que não se perca a herança do 25 de Abril.  Que não se perca o direito à saúde, à educação, ao estado social, à liberdade de pensar e manifestar opinião, que não nos percamos da democracia.
Há um custo enorme a pagar nesta crise, sobretudo económico. Daqui a 20 anos existirão estudos a quantificar o impacto negativo da saída do maior investimento deste país, a juventude altamente qualificada. Mas a isto nós poderemos dar a volta por cima. O que não podemos é pagar, outra vez, o preço da liberdade. Já pagamos esse preço, muito alto. Queimaram-se muitos livros, rasuraram-se muitos jornais, censuraram-se muitas diferenças. Morreram pessoas, muitas, mesmo. Demasiadas. Amanha é dia da liberdade, e espero que saibamos todos honrar esta herança: liberdade.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

a minha (rouca) voz

 
Ouvi na radio que hoje é o dia da voz... não sabia. Para ser mesmo sincera, nem imaginei que este dia existisse. E enquanto ouvia a reportagem radiofónica lembrei-me da minha própria voz!
Ainda bem que não sou pessoa propensa a desenvolver uma personalidade complexada, caso contrário, teria sido muito infeliz. Toda a minha vidinha cresci com a minha mãe a dizer-me o quanto detestava a minha voz, que era mesmo muito rouca, e que isso se devia ao facto de eu não ser nem educada e nem comportada como ela gostaria. Quando estava mesmo muito zangada comigo, ela sentenciava : "tens mesmo voz de roufenha"!
Quanto mais a minha mãe lastimava a minha voz, mais a estimava eu! E hoje em dia, na verdade, gosto mesmo muito. É diferente, gosto, e não estou sozinha nisto!!!
Nunca a minha voz esteve tão equilibrada como quando eu andava na tuna e tinha ensaiador. A colocação da voz, não só para cantar, como para falar no dia-a-dia é esencial. Para a minha voz rouca então, nem se fala. Claro que também nunca fui afinada como nessa época, hoje em da, já regressei ao estado de "cana rachada" que sempre me foi habitual.
De qualquer das formas, fica aqui o meu testemunho, a minha voz, sobre a VOZ. Porque este meu querido cliche cor de rosa não deixa de ser isso mesmo, a minha voz por escrito.
Só para terminar, devo dizer que, melhor do que a minha voz rouca, só mesmo ter crescido na companhia da minha querida irmã, igualmente rouca como eu. Somos muito diferentes, mas a nossa voz é absolutamente igual, de tal forma que, ao telefone, não há quem nos distinga, e isso, já me fez rir muitas vezes, de muita gente! Claro!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

quarta-feira, 10 de abril de 2013

quem corre por gosto: enche-se de cor!

 
Há corridas para todos os gostos e capacidades, mas eu acho que as pequeninas são mesmo importantes. Quem corre muito fá-las a brincar, e quem não corre nada arrisca e vai. E, às vezes, nestas pequenas corridas quem não corre descobre o gosto de correr, e tudo pode mudar. Ou não! As pequenas corridas podem ser apenas isso, exepções. Mas nem por isso menos saborosas. Momentos partilhados por todos, ou pelo menos por muitos mais (ainda).
Domingo foi dia de COLOR RUN no Porto, foi dia de correr pouco, muito pouquinho mesmo, de fazer render o peixe, e gozar cada metro, e cada cor.
No Domingo nem a chuva, nem o friozinho demoveram a cidade. Eu, claro está, rendi-me ao cor de rosa, e na companhia da D., rebolei no chão, porque o cor de rosa é claramente a nossa cor. Sentimos a falta da R., mas teve que ser!
Foi tão fácil rir durante 5km, tão bom ver tantos tutus, perucas, boias, num Carnaval de cor. Não sei se para o ano há mais, mas se houver recomendo, e quero bis. Obrigada!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

no dia das mentiras, falemos a verdade: os amigos são a família escolhida por nós


Eu tenho sorte, mesmo, muita. E sem falsas modéstias, mérito também. Sei ser uma boa amiga, e estar lá a bater palmas, a dar o colo, a ouvir e a falar.
Não gosto de pensar que com o tempo perdi alguns amigos, prefiro acreditar que, com o tempo, fui mudando, e os outros também mudaram, que deixámos de nos rever uns nos outros, e nos afastamos inevitávelmente, sem que, com isso, tenhamos sido descartados.
Podia fazer uma lista a homenagear os meus amigos, seria meritório, mas essencialmente desnecessário. Os meus amigos sentem bem, no calor do meu afecto, que o são.
Os meus amigos são aquelas pessoas...
  • para quem cozinho com carinho (a cozinha não é o meu lugar)
  • que vêm cá a casa e nem precisam de motivo
  • que sabem o nome dos meus cinco cães (isto é uma grande prova de amizade)
  • que vão comigo à praia e nem precisam de falar, ou então falam a tarde toda como se tivéssemos estado a vida toda sem nos ver
  • que conhecem a minha família, e eu conheço a deles, desde o pai e à mãe, e irmão, e cão e gatas :) e filhos e sobrinhos e etc..
  • que me levam a sair, e jantar, e dançar, e rir sem motivo
  • que num cruzar de olhar disparam disparates sem serem precisas palavras.
Há os amigos que vivem longe, mesmo longe, em países onde se fala outra língua e tudo.
Há amigos que estão em outro continente.
Há amigos que moram na rua ao lado, ou a 5 minutos de carro.
Há amigos que tivemos a felicidade de conhecer no trabalho e foram uma dádiva inesperada, e tanto ou mais feliz, do que os outros.
Há ainda aqueles amigos que, aconteça o que acontecer, vão estar sempre na nossa vida nos momentos mais importantes, mesmo que não aparecam no nosso dia-a-dia.
Mas há sobretudo uma característica nos meus amigos que eu gosto de destacar: a diversidade. Tenho amigos tão diferentes entre si que, se os sentasse a todos numa mesa não haveria menu consensual, nem conversa sem discussão. E até acho que é por isso que gosto tanto deles pelo VALOR ACRESCENTADO que são na minha vida.
È certo que mais uma vez isto é um cliché redondamente cor de rosa, mas poderá alguém discordar de mim? Tenho os melhores amigos do mundo, a vocês: OBRIGADA!


atenção: há aqui neste post uma omissão, mas é proprositada, falta a referência clara a uma pessoa, que é a melhor amiga que eu jamais poderei ter, a minha irmã. Mas ela é outro campeonato, um dia, se ela deixar, conto aqui a nossa história: a loira e a morena!